ABSTRACT
O vírus da hepatite C é encontrado em todos os continentes, porém com diferenças na sua prevalência. No Brasil, os dados epidemiológicos sao escassos e a maioria baseou-se em doadores de sangue e nao na populaçao geral. Objetivamos mostrar a prevalência do anti-vírus da hepatite C em duas populaçoes, urbana e rural, de características distintas: Salvador, metrópole, e Castro Alves, rural autóctone, com pouco contato com outras populaçoes. Oitocentos indivíduos de Salvador e 800 de Castro Alves, foram aleatoriamente visitados. Procedeu-se à coleta de sangue para sorologia e ALT. Foi dosado anti-vírus da hepatite C por ELISA II e os casos positivos confirmados pelo RIBA III. Estudou-se a prevalência de anti-vírus da hepatite C nas duas populaçoes e a sua distribuiçao em relaçao à faixa etária e sexo, além da correlaçao entre presença de anti-vírus da hepatite C/elevaçao ALT. O teste X(2)exato de Fisher para análise estatística. Dos 800 indivíduos de Castro Alves, nenhum foi anti-vírus da hepatite C positivo. Nao houve correlaçao entre positividade para anti-vírus da hepatite C e as variáveis sexo e nível de ALT. Os resultados do estudo sugerem: maior prevalência do vírus da hepatite C na populaçao urbana de Salvador (1,25 por cento) (P < 0,001) comparada à rural de Castro Alves (0 por cento), provavelmente devido a pouca exposiçao ao vírus; introduçao do vírus da hepatite C no Brasil, possivelmente através de correntes migratórias das populaçoes urbanas; os estudos com doadores nao refletem a verdade epidemiológica do vírus da hepatite C no Brasil, por induzir a vícios de seleçao, superestimando a prevalência.